"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

26 de março de 2014

Mudando de ares

Bem, depois de deixar esse espaço tão desatualizado, é com grande pesar que decidi não postar mais aqui. Percebi que muitas coisas não cabem mais no Lágrimas, simplesmente não fazem parte dele, mas fazem de mim. De um outro 'eu' que sou agora e que não quero misturar com o 'eu' de antes. Claro que continuo escrevendo algumas coisas bem parecidas, mas agora quero ter mais liberdade ainda e postar o que der na telha sem pensar se cabe na temática ou não. O tempo passa e a gente vai se reavaliando, se reescrevendo, mudando mesmo. E bem... eu mudei. Esse cantinho que mantive por anos foi meu escape pra muitas coisas ruins e ao mesmo tempo um memorando de coisas maravilhosas. As lembranças que estão aqui, continuarão pra sempre, tenho certeza. É só que as novas pertencem a uma nova fase, portanto, a outro endereço.
Agora postarei no Cacho carmesim e espero que continuem lendo o que escrevo, comentem e compartilhem. Posso ter mudado, mas ainda sou autêntica como sempre fui. 

3 de fevereiro de 2014

Às vezes é melhor recolher-se, pegar os sorrisos, as palavras, os abraços e recolher-se. Não pra dentro de casa, mas pra dentro de si. Às vezes fechar a concha, não de todo, mas só um pouquinho... deixar uma brecha pra luz entrar e nada mais. Só luz e ar, que é pra não sufocar mais, sabe? Só luz e ar que é pra não ver o que se passa lá fora, onde tem você,  o oceano e toda a distância.  Toda a distância que o silêncio pôs entre nós e não aquele medido em quilômetros,  porque sabe? Eu já to meio que cansando dessa coisa de chamar tua atenção.  Chega de saudade e vamos viver a nossa vida. Chega de palavras e vamos fazer mais do que digitar mensagens cada vez mais repetidas e cada vez mais vazias.
Às vezes é melhor se recolher que é pra não se machucar, sabe? Que é pra não permitir esse tilintar apertar o peito ainda mais... Às vezes o melhor é quase não deixar brecha nenhuma,  que é pra não deixar teus olhos brilharem por entre essas frestas e derreterem minha proteção que, olha... É feita de tudo que passa despercebido a você.
Às vezes é bom fechar a concha um pouquinho, que é pra ver se você sente falta. É bom se recolher que talvez assim você note que nada, absolutamente nada, vai deixar eu te esquecer e que nem uma concha fechada ou uma fresta qualquer vai te impedir de me afetar, daí quem sabe você perceba que eu realmente gosto dessa coisa toda que eu nem sei se tem um nome, mas que sinto. Sinto e sei que você também sente,  só que diz pra si mesmo que às vezes, é bom se fechar em si, que é pra ver se eu desisto de você e te acho um babaca qualquer. E às vezes, só às vezes, você se afasta como que para me defender da tua inconstância,  mas a verdade é que você se fecha pra defender a si próprio de mim e de nós.

8 de janeiro de 2014

Carta ao futuro amor

Você se lembra? Lembra que naquela tarde de um sábado qualquer começamos repentinamente a conversar, assim do nada? Nunca havíamos trocado mais do que umas três palavras, o que inclui: "quero um ingresso", quando você estava promovendo uma festa. Festa em que eu não tirava os olhos de você, só que você parecia em outro lugar. Lembra que do nada veio o convite para ver aquela banda tocar na cidade e depois um resto de noite maravilhoso? Conversamos tanto e, no entanto, sinto tanta fome de saber quem é você. Quero saber o que gosta e o que não gosta, qual sua música favorita, qual a comida que gosta, quais seus maiores sonhos e desejos. Quero saber o que pensa da gente, o que pensa dessa loucura que aceitamos enfrentar. Desafiamos o tempo e a distância, juntos. Nós contra dois destruidores abomináveis de relacionamentos recém construídos. Não tivemos mais do que três dias juntos, mas que me pareceram três lindas e inimagináveis semanas. E parece que já foi há séculos, quando nem se passou um ano. E precisamos enfrentar mais um.
Você se lembra da nossa despedida? Eu me lembro de ouvir aquelas últimas palavras que me ficaram guardadas na mente e me soaram mais doce do que bala de cereja: "vai com Deus meu amor". Você não viu que eu chorava enquanto escrevia aquele SMS dizendo o quão especiais foram aqueles últimos dias, mas espero que lá no fundo, tenha sentido uma saudade já despontar e aguçar a vontade de me ver de novo. Porque foi o que senti. Sabe, é tão estranho o fato de que estivemos sempre tão perto e nunca nos demos o direito de nos conhecer por medo. Puro e simples medo. Você não sabe o quanto me afundei em falsos amores, sofri por falsas esperanças enquanto você estava ali bem na minha frente e então, podíamos ter vivido mais, amado mais e sonhado mais. Mas talvez esse "de menos" que temos, seja o alimento do que está por vir. Sabendo o quão enorme e dolorosa é a saudade um do outro, talvez possamos dar valor quando eu regressar. Muitas vezes essa saudade me mata e eu fecho os olhos na esperança de ao abri-los você ainda estar na minha frente, naquele show, dizendo que já havia me enxergado há tempos e que meu medo era bobo porque você não diria não. Ao mesmo tempo em que desejo abri-los e já ter se passado esse tempo e estar novamente do seu lado ouvindo eu mesma dizendo 'sim'.

23 de setembro de 2013

Você me bagunça


Você me bagunça. Você me bagunça, me vira e revira meu mundo de cabeça pra baixo e do avesso e eu já não sei mais o que queria dizer. Você me desorienta porque você é do tipo que vive e não organiza os pensamentos ou os atos, você é do tipo que veio sem avisar e simplesmente ficou sem pedir licença e quer saber? foi bom assim, porque se você tivesse se encostado de mansinho não seria você e eu não quero nada nem outra pessoa que deixe tudo no lugar porque gosto desse friozinho na barriga que tenho só de conversar contigo, porque gosto do seu jeito inquieto e dessa tua mania de não parar quieto em canto algum. Só torço pra que pare quieto comigo e que essa tua hiperatividade não me inclua - só se for pra me chamar pra beber, sair, ficar. Fica comigo e me revira como você fez, você não é de esperar que as coisas aconteçam ou de ficar quietinho, mas tenha paciência e me espera só um pouquinho? prometo que quando voltar e te abraçar não te deixo mais na inércia meu bem. Prometo que reviro teu mundo do avesso pra ficar certo com o meu e pareados assim, ficaremos bem nessa bagunça toda que é nossa vida. "Nossa". Vê bem que já nos vejo como um? Pois é... Estranho como você veio revirando tudo e ao mesmo tempo arrumou o que precisava em mim, talvez minha desordem fosse o teu certo e o teu desordenado a minha constância. Sabe que sempre que te vejo eu sinto uma quentura? pois é... nada de apelo sexual, mas é um calor de aconchego, de paz, de querer estar junto. Sabe que aquele dia que alguém te mandou um recado me senti mal? Mal sim, por não estar aí, por não poder te reclamar, por não poder... poder. Senti ciúmes, sim. Estranho não? Pois é, também achei. 
Daí você vem dizendo que posso te reclamar, que você veio pra ficar e que mesmo daí você pode estar aqui também e isso me desestabiliza, mas ao mesmo tempo me dá um chão firme pra por os pés. E por falar nisso, deixa a cerveja no freezer que eu tô chegando e a viagem é longa meu bem. Pensando bem, não coloca não, pode ser que o avião atrase e eu não chegue a tempo e você decida tirá-las de lá e se canse de esperar. Mas espera mais um pouquinho? Prometo que vai valer a pena. 
Você me bagunça tanto que eu já nem sei mais o que estava dizendo e... ah! lembrei. Tá vendo só? era isso. Você me deixa assim, sem fala, sem norte, sem outro rumo que não seja o mais próximo de você. Você daí do outro lado do mundo faz meu mundo girar do lado de cá e eu fico sem saber o que fazer a não ser sentir sua falta, meu bem. E eu sei que isso aqui ficou uma desordem, mas é que ainda estou me ajustando a viver na minha bagunça sem você. Note que disse me ajustar, porque não quero aprender. Minha bagunça só faz sentido com você, do contrário ela se arruma sozinha e eu não quero não. Quero tua impaciência, tua mania de mexer as mãos, teu tumulto, tua teimosia que combina com a minha e teima em me querer. Teima mais um pouquinho? Porque de você eu trouxe os olhos, os lábios, os beijos, abraços e saudade. E muita saudade por sinal. É bom porque ela me lembra você, as nossas conversas, o fato de que eu quero e vou voltar só pra você e lembra do que vivemos juntos do que podemos viver e que vamos. É tão bom saber que você me espera, porque eu tô te esperando também. Pra vir me revirar do avesso, me tirar dessa calmaria e virar meu mundo de cabeça pra baixo pra combinar com o seu. Teima mais um pouco que assim a saudade fica pouca e a distância só faz nos aproximar, cada vez mais e mais. E mais e mais até estarmos um de frente pro outro. Até eu descer do avião e te ver de braços abertos na porta do aeroporto, ou de casa, ou debaixo da minha janela me chamando pra sair. Teima até nossa teimosia dar certo, até nossa bagunça se definir em nós. Juntos, revirados, de cabeça pra baixo, entrelaçados. De novo.


- Inspirado em certa música que lembra certos momentos com um certo alguém.

2 de junho de 2013

No breve instante - por Hugo Bessa


Ah, que contraste me é essa saudade... Essa ausência que me denota,
Que frigido me é o pensar... Tuas infindas mechas vermelhas.
Ah Laura, as vezes me ponho desmantelar-me de mim...
Imaginando quão seria teus olhos os mesmo de Capitu,
Recorro as imagens estáticas de ti e uma voz imaginada de quando lê e se escreve em subjetividade.
Ah Laura, por vezes desmembro-me do fatídico instante e tento em alento achar-te em versos.
Faço-me bobo a te contar que sinto tua falta intermitentemente...
Ora, nesta distância destilei em minha mente por vezes o universo que carrega em teus olhos,
Imaginando bobamente com quais palavras te desejaria uma bela noite...
Nossa alma, que desfalece em silêncio sobre os papeis que criamos, necessita das noites de vida, em que o tempo confunde-nos... E somos nossos sonhos breves... Nossos versos trepides.
Ah Laura, deste “resto” que te é o mundo... Guardo-te exatamente o que anseia mostrar...
Guardo-te como és em teus contos... No breve segundo que imagino teus olhos pairarem infindos...
No instantâneo lapso de uma Lagrima de Anjo, que suave tocou-me o rosto e se desfez de novo aos céus...
Ah Laura, és em si, de fato um Anjo... Com asas e coração humanos.

Hugo Bessa

- obrigada meu bem! Adorei o presente. :)

29 de maio de 2013

Só por ser breve

O breve momento entre o olhar e o beijo. O breve espaço entre teu abraço e o encaixe feito pra ele na minha cintura. Teu beijo na minha nuca e teu gosto na minha boca. O breve instante entre descer do trem e correr pro teu colo. Ah, a longa distância entre meu sonho e a tua existência, assim tão irreal. Como uma fantasia você me surge, novamente, só pra mim. Personifica-se em personagens reais, iguais a ti em minha mente. E eu não resisto e insisto em me entregar, me deixo levar e me jogo nessa utopia. E me perco no momento em que te encontro, daí me acho novamente envolta nos teus braços com você dizendo que não vai me largar tão cedo. O breve instante entre o minuto doce em que sonho e o vazio que encontro ao abrir os olhos...

...to be continued

31 de março de 2013

Ah cara... você foi um babaca

Ah cara. Você é maluco. Maluco e um pouco burro também. Não, você é maluco e extremamente tapado e foi um pouco babaca. É, acho que foi isso mesmo. Você tinha na sua frente os olhos mais lindos, os lábios mais doces e a garota que poderia ser a perfeita, que poderia e queria ser a sua garota, mesmo com tantos defeitos ela queria. Sabe, você não deveria ter feito com que ela pensasse que era ela quem estava errada. Que ela agia desesperadamente e que cedia sempre ao seu vil desejo masculino do corpo dela. Não deveria ter agido de forma que ela se achasse vadia. Vadia sim. Porque era além do pensamento liberal e moderno dela, não era só quando ela tinha vontade porque quando era ela que chamava, você permanecia inerte. Entretanto, quando era você, ela atendia ao chamado e respondia com beijos, gemidos e gozo. Vadia, burra, idiota. Fraca. Ela me disse tudo isso numa noite dessas e eu vi lágrimas e mais lágrimas manchando aquelas bochechas, borrando o rímel e umedecendo o resto do batom que você tanto gosta e que ela só passa quando tem certeza de que vai te ver. Ela me disse também que você escreve sobre as estrelas, sobre como se sente só em meio ao resto do mundo e como sente falta de alguém pra dormir de conchinha e acordar com um beijo em uma manhã qualquer de domingo. Só que ela também me disse que com ela não seria assim. Porque parecia que você a via como qualquer coisa, exceto como uma companhia dessas que tanto deseja. Mas ela é cara. E ela só cede porque acha que dessa vez vai ser diferente, que você veio pra passar a noite e acordar junto dela, e não para atingir o êxtase e ir embora minutos depois. Ela me disse também... não, ela PROMETEU que isso mudaria e que dessa vez ela seria forte pra negar. Na verdade eu acho que ela só estava certa disso porque me contou que te mandou mensagens reveladoras outro dia e que você não respondeu e sumiu depois disso. Ela estava disposta a ficar com você mesmo sabendo que não daria certo, mesmo sabendo que vocês são extremamente diferentes. Mesmo sabendo que você a cativou, mas que não cuidaria dela, tampouco se sentiria responsável. E quer saber de uma coisa? Ela foi ingênua por acreditar em você. Por acreditar que você seria diferente exatamente por fugir à todas as regras que ela impõe, mas que ela própria não segue a risca. É que ela tem essa coisa de querer dominar, mas não se interessa por aqueles que domina. Mas ela cansou dessa brincadeira de some-e-aparece-quando-quer-transar. Ela cansou de fingir que não tá nem aí só pra você procurar por ela quando tiver saudade ou não tiver nada de melhor pra fazer. A verdade é que enquanto soluçava ela dizia que cansou do teu jogo, cansou de se deixar ser usada por você, cansou simplesmente. De você. E mesmo que ela saiba que talvez você quisesse que ela caísse na real - nessa real que ela chorou -, ela se declarou derrotada. Se deu por vencida e se retirou de campo. Foi limpar as feridas. Decidiu que viajaria, ir pra outro lugar. Cortou o cabelo, voltou pra academia e apagou seu número do celular dela. Agora ela entrou na aula de francês não pra dizer "je t'aime", mas sim, pra dizer "au revoir". Decidiu que não daria a volta por cima. Chega de voltas que a levavam sempre a você. Agora ela decidiu que seguiria sempre em frente, olhando para os lados e nunca pra trás, talvez quando se deparasse com você novamente, ela poderia se permitir ao passado, só pra lembrar dessas promessas e desses sacrifícios todos. E tudo isso não é por você cara. É por ela. Não é pra te esquecer, é pra que ela se lembre mais dela mesma. E então é você que perde agora. Você perdeu uma garota incrível e você pode até encontrar uma outra que seja incrível ao seu ver, mas que talvez não te veja assim. E isso tudo, ela me confessou em segredo. Chorando, arrancando a maquiagem. Nua. Com os olhos inchados e tristes. Só eu e ela. Assinado, Espelho.