Imagem repetida, eu sei. |
Chove...
Mas não é só lá fora não, na alma dela também. Dentro há tanta confusão, inconstância e uma pitada de dor azeda pela alegria. Há a saudade também. A saudade que vem e rega o seu jardim de flores esquecidas pela lembrança. Em sua alma há flores da desordem e da impaciência que ela insiste em observar todas as vezes em que o Sol vem lhe saudar a nova tarde. E toda vez que a Lua lhe acorda, ela recita versos que não rimam, só para ter a certeza de que ainda resta algo a se fazer.
Diz o velho ditado que "depois da tempestade vem a bonança", mas o seu arco-iris há muito desbotou. O céu emudece toda vez que ela chove, e seu coração lhe grita toda vez que sua voz insiste em se calar. Esqueça doce menina... Esqueça das flores que murcharam, dos passarinhos que se mudaram e da árvore que já secou. Esqueça doce criança, dos brinquedos que se quebraram, do afeto que lhe foi roubado, dos contos que se passaram, da chuva que não mais parou.
No entanto, seus olhos secos não demonstram o amargor de teus lábios entreabertos que esboçam um lindo sorriso. O jardineiro veio lhe contar que as novas sementes germinaram e que mais flores estão a se abrir. Vá correndo linda pequena, sim, vá e veja que lindas flores estão a sorrir! Flores de todas as cores... Esperança, alegria, sonhos, fantasia. Tudo o que o céu negro lhe negou. Então faça teu sol se abrir, enxugue a chuva do teu jardim e lance mais versos ao mar. Porque talvez, só talvez, você ainda consiga rimar.
*** Outro texto que me ocorreu do nada. Acho que na verdade tudo o que escrevemos estava desde muito tempo guardado em nosso âmago, mas só se deixa libertar naqueles momentos propícios para isso. Assim como a chuva que só se deixa cair quando é a hora. Este surgiu em um momento de inconstância, tédio e até um pouco de tristeza. Mudo de humor tão constantemente, que chego a me impressionar. Agora mesmo, o relógio marca 01:32 da manhã e eu aqui sem um pingo de sono, porque a dor não me permite dormir.
Laura Ribeiro
muito lindo, e muito perfeito seu texto e analogia da chuva. parabens;
ResponderExcluirhttp://terza-rima.blogspot.com/
é disse que o poeta é feito de inspirações de desejos de sentimentos de afagos de amparos de sonhos de lampejos de momentos de ilusões e desilusões... que bom que vem do nada assim fica mais bonito e como disse a amber parabens pela analogia com a chuva
ResponderExcluirGostei muito,estou seguindo desde já,bom se puder siga o meu blog..http://ladyleeofthenight.blogspot.com/
ResponderExcluirkisses for you.
INSUPERÁVEL.
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