Ainda desnorteada, sai andando sem rumo na noite
escura... Mas acontece que eu andava, andava e sempre voltava ao centro! Estava
perdida.
Então ouvi um choro, e decidi
segui-lo. Acabei encontrando uma garotinha, de pele branca e cabelos negros, sentada
numa árvore caída. Ela estava vestida de branco e como estava de costas pra
mim, resolvi falar-lhe já que estava muito escuro e tarde para que uma criança
estivesse na floresta sozinha.
Perguntei-la:
- Olá, o que uma pequena garotinha como você faz
nessa floresta escura, tarde da noite?
A garota virou a cabeça, e eu acabei levando um
susto, ela tinha um aspecto tenebroso, seus olhos eram dois buracos negros e seu
rosto estava todo dilacerado, costurado como o de uma boneca de filmes de
terror. Ela parecia me olhar e me disse com uma voz doce e aguda:
- Eu vim te matar...
Assustada, eu não tive reação e comecei a rir,
dizendo que era brincadeira e uma alucinação tudo aquilo, mas os olhos da
garota logo se acenderam em chamas e sua voz alterada me disse:
-
Não
zombe de mim!
Logo
percebi que realmente era verdade, mas então curiosa perguntei:
-
Mas
por que você quer me matar? Qual o seu nome? Quem é você?
E ela
me disse:
-
Eu sou aquela que vive na noite, em busca de um corpo para alojar sua
alma. Eu sou aquela que teme a vida mas não a morte, eu sou aquela que é
destinada a ser a rainha dos condenados a pagar por seus pecados, mas morri
muito cedo.. Por minhas próprias mãos, ao saber dessa minha triste sina.. E pra
me livrar dela eu tenho que matar, aquele cujo coração bate no ritmo da
lapidação do diamante negro... Essa é a sina que carrego... Sou um anjo negro à
procura da salvação.. Prazer, meu nome é Lisi.
Então,
assustada eu juntei tudo...
A
Fênix apenas queria me proteger, proteger a única pessoa capaz de vencer a
maldição daquela cidade, aquela cujo poder destruiria o causador de tantos
desastres, mas uma coisa não estava certa, Lisi não era aquela pessoa. Ela apenas
queria a sua libertação, e não ser a rainha dos condenados...
Então
mais uma vez perguntei-a:
-
Sei
que não é você que destruirá todo o mundo, e a quem devo derrotar, mas então
quem é? Quem abriu aquela fenda no Carvalho? Quem? Responda-me!?!
A
garota então, apagou as chamas dos olhos e pareceu assustada, quando perguntei
sobre o Carvalho.. Então ela simplesmente disse-me:
-
Fuja!
Fuja enquanto pode! Ele é forte demais, ele toma conta de mim.. Fuja! Fuja!
Saia daqui. Não entre no Carvalho ou ele te possuirá também! Fuja LILITH!
Eu
fiquei sem reação quando ela disse que meu nome era LILITH.. Como ela sabia? Na
verdade, todos me chamavam de Lily, já que eu nunca gostei do meu nome...
Então, agora entendia, a garotinha, na verdade não se chamava Lisi, e sim,
Lilith (a população religiosa havia mudado seu nome para não pronunciar uma
adoração à esposa de Lúcifer), quem quer que fosse, confundiu-a comigo! Mas
porque teria possuído-a? Por que a teria feito pular da janela? Será que a alma
dela não descansaria enquanto eu não me salvasse?
Todas
aquelas perguntas me assustavam, e a pequena garotinha ficou lá parada com uma
expressão de desespero. E tentando acalma-la disse:
-
Calma!
Eu não tenho medo de morrer... Qualquer que seja a maneira.
-
Não!
Você não entende! Não é ele que te mata, mas ele te possui, e faz com que você
faça o que ele quer. Eu sei disso porque eu matei meus pais, e eu me joguei da
janela, quando percebi, estava na frente dele, e ele disse que não era a mim
que queria. E que se eu quisesse me salvar, teria que encontrar a Fênix em
corpo de mulher. Aquela cujo coração é a chave de todos os mistérios. E eu
teria que matar a sua alma e entrar em teu corpo, levando-te aos aposentos do
meu...mestre.
Ao
terminar de me dizer isto, ela simplesmente desapareceu.
E eu
continuei sem entender o que se passava. Pareceu-me que dias se passaram e eu ainda
naquela floresta, vagando sem rumo, o frio já congelava minha face, e eu ouvia
vozes que gritavam por meu nome mas a minha voz não saía, eu gritava mas o som
permanecia calado. Por que tudo tinha de acontecer comigo? Tudo bem que minha
vida nunca fora das mais normais. Entretanto não precisava ser tão
exageradamente estranha assim! Tudo começava a se encaixar ao mesmo tempo em
que eu me sentia mais perdida, sozinha e desamparada em toda esta história. E
agora, o que poderia fazer? Na negra floresta, cercada de demônios, fantasmas,
perturbações místicas e minha própria mente me dizendo que não poderia
acreditar em tudo aquilo, que seria apenas um sonho.
E se
for realmente um sonho, acho que já passou da hora de acordar...
Depois de um tempão prometendo postar a continuação do conto, enfim o post!
Comentários são bem-vindos!
Nossa, que assustador o seu conto.
ResponderExcluirPreciso reler as partes anteriores.