"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

23 de setembro de 2013

Você me bagunça


Você me bagunça. Você me bagunça, me vira e revira meu mundo de cabeça pra baixo e do avesso e eu já não sei mais o que queria dizer. Você me desorienta porque você é do tipo que vive e não organiza os pensamentos ou os atos, você é do tipo que veio sem avisar e simplesmente ficou sem pedir licença e quer saber? foi bom assim, porque se você tivesse se encostado de mansinho não seria você e eu não quero nada nem outra pessoa que deixe tudo no lugar porque gosto desse friozinho na barriga que tenho só de conversar contigo, porque gosto do seu jeito inquieto e dessa tua mania de não parar quieto em canto algum. Só torço pra que pare quieto comigo e que essa tua hiperatividade não me inclua - só se for pra me chamar pra beber, sair, ficar. Fica comigo e me revira como você fez, você não é de esperar que as coisas aconteçam ou de ficar quietinho, mas tenha paciência e me espera só um pouquinho? prometo que quando voltar e te abraçar não te deixo mais na inércia meu bem. Prometo que reviro teu mundo do avesso pra ficar certo com o meu e pareados assim, ficaremos bem nessa bagunça toda que é nossa vida. "Nossa". Vê bem que já nos vejo como um? Pois é... Estranho como você veio revirando tudo e ao mesmo tempo arrumou o que precisava em mim, talvez minha desordem fosse o teu certo e o teu desordenado a minha constância. Sabe que sempre que te vejo eu sinto uma quentura? pois é... nada de apelo sexual, mas é um calor de aconchego, de paz, de querer estar junto. Sabe que aquele dia que alguém te mandou um recado me senti mal? Mal sim, por não estar aí, por não poder te reclamar, por não poder... poder. Senti ciúmes, sim. Estranho não? Pois é, também achei. 
Daí você vem dizendo que posso te reclamar, que você veio pra ficar e que mesmo daí você pode estar aqui também e isso me desestabiliza, mas ao mesmo tempo me dá um chão firme pra por os pés. E por falar nisso, deixa a cerveja no freezer que eu tô chegando e a viagem é longa meu bem. Pensando bem, não coloca não, pode ser que o avião atrase e eu não chegue a tempo e você decida tirá-las de lá e se canse de esperar. Mas espera mais um pouquinho? Prometo que vai valer a pena. 
Você me bagunça tanto que eu já nem sei mais o que estava dizendo e... ah! lembrei. Tá vendo só? era isso. Você me deixa assim, sem fala, sem norte, sem outro rumo que não seja o mais próximo de você. Você daí do outro lado do mundo faz meu mundo girar do lado de cá e eu fico sem saber o que fazer a não ser sentir sua falta, meu bem. E eu sei que isso aqui ficou uma desordem, mas é que ainda estou me ajustando a viver na minha bagunça sem você. Note que disse me ajustar, porque não quero aprender. Minha bagunça só faz sentido com você, do contrário ela se arruma sozinha e eu não quero não. Quero tua impaciência, tua mania de mexer as mãos, teu tumulto, tua teimosia que combina com a minha e teima em me querer. Teima mais um pouquinho? Porque de você eu trouxe os olhos, os lábios, os beijos, abraços e saudade. E muita saudade por sinal. É bom porque ela me lembra você, as nossas conversas, o fato de que eu quero e vou voltar só pra você e lembra do que vivemos juntos do que podemos viver e que vamos. É tão bom saber que você me espera, porque eu tô te esperando também. Pra vir me revirar do avesso, me tirar dessa calmaria e virar meu mundo de cabeça pra baixo pra combinar com o seu. Teima mais um pouco que assim a saudade fica pouca e a distância só faz nos aproximar, cada vez mais e mais. E mais e mais até estarmos um de frente pro outro. Até eu descer do avião e te ver de braços abertos na porta do aeroporto, ou de casa, ou debaixo da minha janela me chamando pra sair. Teima até nossa teimosia dar certo, até nossa bagunça se definir em nós. Juntos, revirados, de cabeça pra baixo, entrelaçados. De novo.


- Inspirado em certa música que lembra certos momentos com um certo alguém.

2 comentários:

  1. Ê bagunça boa, Laura. É sempre melhor a tempestade que a calmaria, o terremoto que o marasmo do caminhar sem riscos e sozinho, o coração todo manchado e amarfanhado que a alma limpinha e bem passada, né?

    Beijos

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