"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

22 de fevereiro de 2011

Pés descalços

Quebrei os meus desejos
Apostei nos meus defeitos
Calcei meus sapatos e parti...

Passei por estâncias [des]conhecidas
Apreciei todas as vistas
As quais, agora, esqueci.

Numa tarde bela e quente
Em que o Sol era poente,
Com a Lua adormeci.

Tive sonhos esquisitos
De sentimentos fugidios
Os quais nunca senti.

Era parecido com desespero
Ver todo um canteiro
morto - dentro de um jardim.

Sentei-me numa calçada
e na rua abandonada
solitária me senti.

Tirei os meus sapatos
Desfiz os nós dados
em minha pobre alma - e sorri.

Era uma tarde de verão
Dessas em que o coração
Sente-se pronto pra fugir.

Ir pra onde?
Já não sei.
Só sei que devo ir.

E nestas linhas incompletas
Entre declarações secretas
Acabo por me despedir...

Agora de pés descalços
Não dou mais aqueles passos falsos
que outrora fizeram-me cair.

Então com os amigos - de mãos dadas
Sigo por esta estrada
Que espero - e desejo - não ter fim.

Finalmente me encontrei
E a mim mesma perdoei
Pensando que agora hei de ser feliz!

Laura Ribeiro

- E ela se foi com a certeza de não mais voltar... Para aquele mundinho perdido no qual outrora se trancou. Agora ela sorri para o novo mundo que criou.

17 de fevereiro de 2011

Beijo sepulcral

Meu corpo sedento e febril
Esgueira-se neste leito-prisão
Rasteja sobre os lençóis frios
Que arrastam lembranças da solidão
Ainda sinto o gosto amargo de minhas lágrimas
Ainda sinto a dor pulsando em minhas veias
Todo meu corpo dói e flameja
A saudade e a tristeza me saudam
Enquanto a morte vem e me beija...

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- Escrevi isso na terça, quando uma febre me atingiu e um ataque de tosses também. Agora já estou melhor, entretanto ainda estou rouca e cheia de dores. Não sei o que houve, e não houve diagnóstico, pois, sequer fui ao médico. Odeio hospitais.
O fato é que cheguei à conclusão de que minha saúde é como um medidor emocional. Há muito não adoecia devido ao fato de estar radiante e distribuindo sorrisos, no entanto, estes últimos dias me foram difíceis e cheios de confusões sentimentais... Ir para a faculdade, tendo como consequência me mudar para outro estado e deixar minha família aqui, fez com que um abatimento me alcançasse por já sentir saudades, mesmo que eu esteja muitíssimo feliz por realizar um sonho. Problemas amorosos me perseguem e isso é fato, não sei porque ainda insisto. Sabe, o fim não dói tanto afinal... Pelo menos me doeu menos enxergar o fim, do que ter que ir embora justamente quando ele precisa de ajuda... O problema não é eu estar sendo covarde e fugir, mas sim por ele não querer ser ajudado por mim.
O silêncio machuca tanto quanto o seu descaso e suas palavras frias...
Fui obrigada a partir por ainda restar um pouquinho de amor próprio. Talvez egoísmo? Não sei. Só sei que me fui enquanto era tempo. Decidi ir embora enquanto ainda havia apenas boas lembranças, pois, não gostaria de deixar que suas palavras cruéis destruíssem o pouco do afeto que ainda me restou. É tão triste ve-lo se jogar no abismo que existe dentro dele mesmo e não poder pular junto e resgatá-lo da queda, simplesmente por estar já no chão, impossibilitada de voar. Fico por aqui, a febre voltou a queimar-me a fronte e a alma também.
Laura Ribeiro

"Fotografias e algumas memórias vão ter de me ajudar a superar... Oh sim"[A7X - Dear God]
"É melhor esquecer, sei que devo partir / Só me resta dizer Adeus..." [Maysa Monjardim]
 

11 de fevereiro de 2011

Chove...

Imagem repetida, eu sei.
Chove...
Mas não é só lá fora não, na alma dela também. Dentro há tanta confusão, inconstância e uma pitada de dor azeda pela alegria. Há a saudade também. A saudade que vem e rega o seu jardim de flores esquecidas pela lembrança. Em sua alma há flores da desordem e da impaciência que ela insiste em observar todas as vezes em que o Sol vem lhe saudar a nova tarde. E toda vez que a Lua lhe acorda, ela recita versos que não rimam, só para ter a certeza de que ainda resta algo a se fazer.
Diz o velho ditado que "depois da tempestade vem a bonança", mas o seu arco-iris há muito desbotou. O céu emudece toda vez que ela chove, e seu coração lhe grita toda vez que sua voz insiste em se calar. Esqueça doce menina... Esqueça das flores que murcharam, dos passarinhos que se mudaram e da árvore que já secou. Esqueça doce criança, dos brinquedos que se quebraram, do afeto que lhe foi roubado, dos contos que se passaram, da chuva que não mais parou.
No entanto, seus olhos secos não demonstram o amargor de teus lábios entreabertos que esboçam um lindo sorriso. O jardineiro veio lhe contar que as novas sementes germinaram e que mais flores estão a se abrir. Vá correndo linda pequena, sim, vá e veja que lindas flores estão a sorrir! Flores de todas as cores... Esperança, alegria, sonhos, fantasia. Tudo o que o céu negro lhe negou. Então faça teu sol se abrir, enxugue a chuva do teu jardim e lance mais versos ao mar. Porque talvez, só talvez, você ainda consiga rimar.


*** Outro texto que me ocorreu do nada. Acho que na verdade tudo o que escrevemos estava desde muito tempo guardado em nosso âmago, mas só se deixa libertar naqueles momentos propícios para isso. Assim como a chuva que só se deixa cair quando é a hora. Este surgiu em um momento de inconstância, tédio e até um pouco de tristeza. Mudo de humor tão constantemente, que chego a me impressionar. Agora mesmo, o relógio marca 01:32 da manhã e eu aqui sem um pingo de sono, porque a dor não me permite dormir.

Laura Ribeiro

9 de fevereiro de 2011

Carta de alforria

Voe, chegou a hora... é inútil continuar se debatendo nesta gaiola de flores.
Voe, eu te liberto... já cansei de todas as tentativas vãs para manter-te em meus braços.
É a liberdade que queres, é a liberdade que terás!
O amor não deve ser usado para aprisionar... Eu compreendo, então vá!
E não olhe para trás...
Não queira ver meu reflexo abatido, feito em pedaços, ferido
Vá, não me queira olhar de volta
Ou verás uma borboleta sem asas, um Anjo que já não pode voar
Verás um poeta sem as palavras que tanto lhe ajudaram a sonhar!
Voe, eu estou a libertar-te de meu amor.
Perdoe-me por te amar!
Eu sei de minha tolice, e me entrego ao desespero
Já não quero o teu alento, a tua amarga companhia
Tenho a distância, o vento, a melancolia.
Tu interpuseste um muro de silêncio entre nós
Protegeste-o com espinhos pontiagudos de palavras duras
Sabes que não aguentaria o desprezo!
Então, voe... Para outros braços se é o que desejas
Vá e não tornes a olhar meu triste semblante
Não escarres na boca que inutilmente o beija!


Bem, surgiu do nada isso ai... Ia escrever sobre algo totalmente diferente, mas inspiração não se joga fora. Desculpe pelos erros, concordância e até não levar em consideração o quesito Pessoa. Enfim... Vali-me apenas do que saia de meus dedos e de meu coração, não usei de raciocínio, então perdoem essa minha alma poetisa.
Laura Ribeiro

4 de fevereiro de 2011

Caros leitores...

Esses dias recebi um comentário da querida Rayza, e pude perceber que não tenho um contato mais estreito com meus Anjos que me acompanham! Senti-me tão decepcionada comigo mesma por não disponibilizar aqui alguma forma de manter o contato.
Bem, respondendo a você Rayza (que não deixou e-mail rs) e também a todos os outros leitores que queiram me conhecer por detrás de meus versos, deixo o meu MSN: laura.ske@hotmail.com 
Fiquem a vontade para adicionarem, ou apenas mandar e-mails. Leio e respondo a todos! Gostaria muito de saber quem são os meus seguidores e queridos Anjos que vivem por aqui...
Um abraço a todos.

Laura Ribeiro.

2 de fevereiro de 2011

O triste fim

Ele trouxe flores,
Ela nem se moveu.


Ele chorou,
E ela nem o olhou...


Ele disse que a amava
Mas ela não respondeu.


Ele implorou para que ela ficasse...
Mas ela se foi.


Ela estava tão linda, como sempre fora
Entretanto, não lhe disse adeus.


Selaram sua amada,
E o fúnebre cortejo prosseguiu.


Laura Ribeiro