"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

18 de fevereiro de 2012

Dor já não é mais a palavra certa

"Thank you for loving me"... 
Penso nisso enquanto a música toca e neste escuro absoluto do meu quarto as lágrimas rolam com uma extrema facilidade, mas meu soluço entalado faz meu peito e minha garganta doerem um pouco... Talvez não tanto quanto meu coração agora.
Estou me sentindo despedaçada neste momento, e este frio do vazio que toma conta do lugar que você deveria ocupar na minha cama esta noite... ah, este frio me incomoda tanto! Tinha tanto a colocar nestas palavras e agora diante delas, eu simplesmente não consigo. O silêncio é um dos meus inimigos quando esta dor vem se alojar em meu peito. E quando as lágrimas rompem de meus olhos, é às palavras que quero recorrer mas os soluços presos não deixam minha voz sair e minha cabeça fica tão cheia de desespero que a vontade de me livrar de tudo isso é mais forte do que a de explicar o que me aflige.
Foi algo tão à toa que me trouxe aqui... Sim, até estas palavras sem sentido. Foi algo muito imbecil mesmo... Mas foi forte o bastante para me atingir. A dúvida. A incerteza. Não de você ou de nós. Mas a incerteza de mim mesma. Gostaria tanto que você pudesse entender esta dor que nem eu mesma entendo... Gostaria de que você pudesse me tirar disso tudo mais uma vez, mas como estender a mão para alguém num buraco se você não o enxerga não é mesmo? Como me salvar de mim mesma? 
Queria tanto que fosse diferente, queria tanto que eu não pudesse mais sentir essa coisa tão ruim que nem sei como nomear... 'Dor' já é inapropriado... 'Solidão' muito mais ainda... É algo desconhecido a mim, é uma tristeza que não é minha. É uma capacidade de pensar nos piores absurdos e eles acontecerem simplesmente. Pensamentos que vêm sem motivos, sem raízes... Surgem como uma brisa e passa igualmente, mas então me resta o arrependimento de ter falado essas coisas absurdas que pensei, de ter causado a discórdia.
Não foi uma briga, eu sei. Mas atingiu a você a mim com a mesma força. E sei que você está aí pensando em outras coisas absurdas... E eu só penso em como dar um tempo, em como sumir por uns dias, mas simplesmente não consigo...  Estou tão perto de voltar e seria ótimo se pudesse não falar com você até este momento, em que juntos poderíamos acertar e esquecer todas as bobagens... Mas ficar longe de você é como aumentar mais minhas chagas, é como deixar que o frio me congele por inteira... Mantê-lo longe é algo que eu não suportaria, principalmente porque dessa vez fui eu que dei espaço aos maus pensamentos. Espero sinceramente que agora esteja se divertindo sem se preocupar com nada, ou que no mínimo tenha já me perdoado. Eu não sei como terminar isso, então vou deixar assim mesmo porque o que mais quero é que não tenhamos um fim e sei que ele ainda está muito longe de nós. Mesmo que o medo me pegue de surpresa e sopre aqueles maus pensamentos novamente, eu sei que esse lugar frio logo será ocupado pelo teu calor.

12 de fevereiro de 2012

Um conto ainda sem título


Capítulo I


Abriu os olhos. Tornou a fechá-los. Estava tudo muito claro à sua volta. Os olhos ardiam. A cabeça doía e seu peito queimava como se estivesse com uma estaca de ferro quente adentrando e marcando seu coração. Não se lembrava de onde estava, a enxaqueca não o deixava pensar. Flashes passavam por sua mente, recortes de imagens sem sentido e ele não tinha certeza se eram reais ou se sonhara com todas elas. E quando tentou erguer a cabeça novamente, tudo se apagou.
•••
Escuridão. Depois... Luz! Escuridão novamente. A cabeça ainda doía um pouco, mas ao menos agora conseguia manter os olhos abertos. Podia ouvir alguns sons. Algo mais como um farfalhar de folhas, um riacho por perto, canto de pássaros e uma música confusa ao longe. Onde estava? O que acontecera? Não se lembrava de absolutamente nada. Olhou pra si mesmo. Suas roupas estavam sujas e rasgadas, suas mãos sangravam e possivelmente todo o rosto também, pois sentia um ardor misturado a um latejar irritante por toda face. Flashes iam e vinham à mente, e ele tentava assimilá-los inutilmente, parecia mais como um incrível sonho retirado de um conto totalmente ilusório. Ah sim! Agora se lembrava ao menos do próprio nome. Chamava-se Louis Hendrick. Seus pais eram Matilde e Arnold Hendrick. Tinha uma irmã também, Sophie. A gentil Sophie a quem todos do reino chamavam de Raios do Luar, devido à sua extrema palidez e incrível beleza. Louis também era um jovem bonito e elegante, seus longos cabelos negros contrastavam com sua pele clara (não tanto quanto a de sua irmã), e caiam em belos cachos sobre os ombros largos e fortes. Era um rapaz bonito e desejado. Mas nenhuma das moças de seu reino lhe interessava. Ele sentia como se sua alma não pudesse ser completa por alguém dali. Almejava uma dama inteligente, bela, sonhadora e tão aventureira quanto ele, não se importava com dotes ou algo assim, apenas queria ter alguém com quem pudesse dividir os sonhos e os pensamentos mais loucos que trazia guardados na mente.
Levantou-se com dificuldade. Seus pais deveriam estar preocupados, pensou. Olhou ao redor para tentar identificar o local onde estava. Era algo parecido com uma enorme clareira de árvores mortas e retorcidas. O aspecto sombrio daquele lugar lhe dava arrepios ao mesmo tempo em que lhe instigava a curiosidade de descobrir onde estava.
- Há alguém aí? – gritou, na esperança de ser ouvido.
E então a música que soava ao longe mudou para uma melodia melancólica, como se fosse a própria Morte a lhe chamar para um reino de dor e angústia. Como não havia alternativa, seguiu o som tristonho, mas parecia que, quanto mais andava, mais a música se afastava e maior era a curiosidade de saber o porquê daquilo tudo. Seu corpo doía, sentia fome e sede, contudo a vontade de voltar para casa superava suas moléstias.
•••
O Sol caia por detrás de densas e altas montanhas, quando Louis chegou a um enorme lago cristalino, onde havia também, árvores frutíferas. A cada hora que passava, o mistério se intensificava. Parecia que a música o levara ali, como se lhe adivinhasse os pensamentos e desejos. Pulou naquela água como se não bebesse há dias e aproveitou para se lavar também. Ao se levantar viu o lago tornar-se escarlate e naquele espelho sangrento pôde ver o seu reflexo. Assustou-se com o que viu. Estava com a face lanhada profundamente, mas algo mais estranho estava acontecendo, ela estava cicatrizando sozinha!
- Pelos deuses! Será que a Ceifeira veio ao meu encontro e estou cá em seu reino? – falou consigo mesmo.
Ao longe a música recomeçou, e mais uma vez o jovem se pôs a segui-la. 
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•••> Um conto ainda sem título que criei... Há continuação, mas não pretendo publicá-la ainda. Por enquanto me contento em prosseguir com O coração da Fênix :) Então, o que acharam? Se houver pedidos, posso publicar o segundo capítulo. Abraços, Laura Ribeiro.

5 de fevereiro de 2012

Distante


É estranho o quanto sinto a tua falta, mas é bom sabe? porque eu sei que logo logo não existirá mais falta e sim presença entre nós. A distância é só de espaço e a saudade, questão de tempo. Os dias estão passando com uma rapidez incrível, mesmo que ao olhar para o relógio as horas pareçam se arrastar com extrema lentidão... É que a vontade de fazer chegar logo o reencontro é maior do que qualquer barreira imposta por ponteiros de relógio. E assim vamos seguindo dia a dia, relembrando momentos passados e ansiando pelos dias futuros, mas sem deixar de nos amar no presente.