"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

31 de março de 2013

Ah cara... você foi um babaca

Ah cara. Você é maluco. Maluco e um pouco burro também. Não, você é maluco e extremamente tapado e foi um pouco babaca. É, acho que foi isso mesmo. Você tinha na sua frente os olhos mais lindos, os lábios mais doces e a garota que poderia ser a perfeita, que poderia e queria ser a sua garota, mesmo com tantos defeitos ela queria. Sabe, você não deveria ter feito com que ela pensasse que era ela quem estava errada. Que ela agia desesperadamente e que cedia sempre ao seu vil desejo masculino do corpo dela. Não deveria ter agido de forma que ela se achasse vadia. Vadia sim. Porque era além do pensamento liberal e moderno dela, não era só quando ela tinha vontade porque quando era ela que chamava, você permanecia inerte. Entretanto, quando era você, ela atendia ao chamado e respondia com beijos, gemidos e gozo. Vadia, burra, idiota. Fraca. Ela me disse tudo isso numa noite dessas e eu vi lágrimas e mais lágrimas manchando aquelas bochechas, borrando o rímel e umedecendo o resto do batom que você tanto gosta e que ela só passa quando tem certeza de que vai te ver. Ela me disse também que você escreve sobre as estrelas, sobre como se sente só em meio ao resto do mundo e como sente falta de alguém pra dormir de conchinha e acordar com um beijo em uma manhã qualquer de domingo. Só que ela também me disse que com ela não seria assim. Porque parecia que você a via como qualquer coisa, exceto como uma companhia dessas que tanto deseja. Mas ela é cara. E ela só cede porque acha que dessa vez vai ser diferente, que você veio pra passar a noite e acordar junto dela, e não para atingir o êxtase e ir embora minutos depois. Ela me disse também... não, ela PROMETEU que isso mudaria e que dessa vez ela seria forte pra negar. Na verdade eu acho que ela só estava certa disso porque me contou que te mandou mensagens reveladoras outro dia e que você não respondeu e sumiu depois disso. Ela estava disposta a ficar com você mesmo sabendo que não daria certo, mesmo sabendo que vocês são extremamente diferentes. Mesmo sabendo que você a cativou, mas que não cuidaria dela, tampouco se sentiria responsável. E quer saber de uma coisa? Ela foi ingênua por acreditar em você. Por acreditar que você seria diferente exatamente por fugir à todas as regras que ela impõe, mas que ela própria não segue a risca. É que ela tem essa coisa de querer dominar, mas não se interessa por aqueles que domina. Mas ela cansou dessa brincadeira de some-e-aparece-quando-quer-transar. Ela cansou de fingir que não tá nem aí só pra você procurar por ela quando tiver saudade ou não tiver nada de melhor pra fazer. A verdade é que enquanto soluçava ela dizia que cansou do teu jogo, cansou de se deixar ser usada por você, cansou simplesmente. De você. E mesmo que ela saiba que talvez você quisesse que ela caísse na real - nessa real que ela chorou -, ela se declarou derrotada. Se deu por vencida e se retirou de campo. Foi limpar as feridas. Decidiu que viajaria, ir pra outro lugar. Cortou o cabelo, voltou pra academia e apagou seu número do celular dela. Agora ela entrou na aula de francês não pra dizer "je t'aime", mas sim, pra dizer "au revoir". Decidiu que não daria a volta por cima. Chega de voltas que a levavam sempre a você. Agora ela decidiu que seguiria sempre em frente, olhando para os lados e nunca pra trás, talvez quando se deparasse com você novamente, ela poderia se permitir ao passado, só pra lembrar dessas promessas e desses sacrifícios todos. E tudo isso não é por você cara. É por ela. Não é pra te esquecer, é pra que ela se lembre mais dela mesma. E então é você que perde agora. Você perdeu uma garota incrível e você pode até encontrar uma outra que seja incrível ao seu ver, mas que talvez não te veja assim. E isso tudo, ela me confessou em segredo. Chorando, arrancando a maquiagem. Nua. Com os olhos inchados e tristes. Só eu e ela. Assinado, Espelho.

22 de março de 2013

É você e só você

Eu odeio cigarro. Odeio porque tenho bronquite, odeio porque cheira mal e porque as pessoas têm aquela péssima mania de jogar as pontas amassadas no chão.
Odeio que você fume também. Mas adoro teu beijo com gosto de Dunhill. Só porque é você. E só porque é o teu beijo.
Gosto também de quando você me beija na testa e depois dá aquele sorriso lindo. Gosto quando você fala do meu sorriso e me chama de "ruivinha linda" - e mais ainda quando você coloca o "minha" antes disso. Gosto quando a gente fica na varanda conversando e combinando fazer várias coisas. Que não acontecerão - pelo menos 'nós' e 'juntos'.
Gosto de dormir nos teus braços e acordar no meio da noite ao mudar de posição e você me puxar de volta. Gosto de acordar e ver seus olhos-esmeralda me dando um bom dia que palavra nenhuma consegue fazer com que eu me sinta tão bem.
Mas cansei do seu jogo. Cansei de esperar os sms's que só existem na minha cabeça. Cansei dessa coisa de você sumir e aparecer toda hora e eu ficar assim, sem saber o que fazer. Cansei de tentar acreditar que é só diversão, sexo e nada mais - sem sucesso. Não com você. Pelo menos não deveria ser.
Decidi sumir também. Mas é que dá medo de nunca poder ver as estrelas do teu lado enquanto você viaja com canabis e eu viajo em você. Só que também não quero te ver de novo porque você me desestabiliza e eu descobri borboletas no estômago da última vez. Fazia tempo que elas não apareciam e eu me assustei.
Eu odeio cigarro. Mas ontem quase peguei de alguém só pra ver se tem teu gosto, mesmo sabendo que não é o cigarro, não é saliva, um trago ou dois. É você. E só você.

2 de março de 2013

Nua

Adeus. Não quero mais te ver. Não quero mais ser prisioneira dos teus olhos, ficar à mercê do teu jogo que eu não sei jogar e acabo perdendo feio. Não quero mais ficar junto do seus braços achando que não existe coisa melhor e depois ver a porta se fechar e, sentir o vazio que teu rastro deixou na minha cama. Não quero mais ver meus lençois desarrumados e dormir sozinha tentando acreditar que foi apenas um sonho, que minha cama só está assim porque não a arrumei de manhã. Não quero mais alagar meus olhos quando sua ausência me ferir o orgulho, me fazendo pensar que não sou nada a seu ver além de uma simples amante, um alguém que cure a sua carência e sacie seu prazer.
Mas então me vejo aqui novamente, de frente para esses seus lindos olhos e me prendo no curto espaço de tempo em que sorri e me beija. E vou ao céu. A porta bate, e de novo o rastro do seu corpo nos lençois. Meu corpo violado, impregnado com teu cheiro, ainda com a sensação dos teus lábios, língua, dedos... Nua, despida, descoberta... Ferida. Por mim mesma. Por meu orgulho que sempre some quando você surge. Por essa minha vontade de correr para os teus braços toda vez que eles se abrem - mas que permanecem cruzados se sou eu quem os procuro.
Por quê? Por que faz isso? Esse teu jogo te diverte tanto assim? Queria poder cumprir aquela minha velha promessa de que "se você aparecer vou me manter inerte ao teu encanto, cega ao teu sorriso e invisível ao teu olhar". Queria... entender que não sei jogar teu jogo, porque quando acho que aprendi, você vem mudando as regras e bagunça tudo o que organizei em mim.
E então a porta se fecha, seus beijos se vão junto com minha sanidade e observo da janela até que desapareça de vista. Nua, descoberta, despida. Só.

Laura Ribeiro
- até que eu aprenda a dizer adeus de verdade e a trancar a porta quando ela se fechar. Sem mesmo permitir que você entre.