"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

26 de janeiro de 2011

A promessa e o Adeus... (conto)

Ela estava com as malas e o coração prontos para partir. Estava indo para um lugar distante aonde teria apenas o alvorecer esplendoroso mostrando o astro rei erguendo-se na imensidão avermelhada. Um lugar aonde veria a Lua em sua infinita e cândida beleza... Aonde as estrelas lhe sorririam por serem tão somente juras de amor eterno. Ela estava segura do que sentia por ele, e sabia que ele viria, porque prometera. Ele sempre cumpria suas promessas. Como quando prometeu que largaria sua casa para viver ao lado dela em um lugar distante e paradisíaco. O lugar com o qual sonhava agora.
Passou uma hora. Ele deveria estar preso em alguma discussão com o pai, ela pensou.
Duas horas. Ele ficou preso no trânsito.
...
Cinco horas depois... Já era noite quando ela por fim, desistiu de esperar. Ele não viria. Era tudo mentira e ele não a amava. Talvez fosse tudo apenas uma ilusão, como poderia ser tão tola? Como pôde acreditar em palavras vazias? Ele nunca havia lhe provado seu amor mesmo. Ele era apenas como um outro qualquer, que não cumpria o prometido. Agora, nunca mais teria seu céu de sonhos tão lindo como desejara. Nunca mais teria aqueles olhos negros presos aos seus, porque estava decidida a não olhar mais no fundo deles. Nunca mais teria aquele sorriso encantador, capaz de fazer seu coração parar. Nunca mais...
A Lua tudo via e de longe acompanhava a dor da menina. Pobre apaixonada. Enlouquecida de mágoa. E por isso mesmo... Cegamente enganada. Embora de uma coisa ela estivesse certa.
Na mesma noite, ao chegar em casa, checou a secretária eletrônica e viu que havia dois recados. E decidiu ouvir, talvez fosse ele dando alguma explicação. O primeiro era realmente dele e dizia: "Meu amor, me espere no nosso lugar predileto, estarei lá assim que o Sol se pôr... Quero que saiba que independente do que aconteça eu sempre estarei ao seu lado, e quando não estiver, uma parte de mim estará. Amo você."
Por que ele não fora? Por que havia mentido? Ela pensava. O recado era tão convincente, e quando percebeu lágrimas brotavam de seus olhos e seu peito doía de forma inexplicável. Decidiu ouvir o segundo recado, que não era de seu amado, e sim de uma voz desesperada que dizia: "Sophie, aqui é a Mara, mãe do Paul. Ele estava indo ao seu encontro depois de uma briga com o pai e acabou sofrendo um acidente... Meu filho morreu Sophie... Ele morreu...O nosso Paul... O enterro será amanhã pela manhã, assim que liberarem o corpo, e eu tenho certeza de que ele gostaria de vê-la lá... Encontraram junto ao corpo dele, preso nas ferragens, uma foto sua e atrás dizia 'o meu amor que nunca morrerá'..."
Desespero. Pânico. Dor.

O que fazer? Nunca pensara nessa hipótese. Nunca imaginara sua vida sem o seu amado Paul.
Já no enterro, vendo-o pela última vez ela pensou consigo mesma: "O meu amor... Que nunca morrerá."
E ela tristemente estava certa... Nunca mais teria aqueles olhos negros presos aos seus, porque agora eles estavam presos à escuridão da morte. E nunca mais veria aquele sorriso estonteante, porque ele se perdera na gélida e vazia face que tinha agora. Paul se fora... Mas cumprira o prometido. Deixara uma parte de si com Sophie, pois dentro dela estava a germinar a linda semente do seu amor.


Laura Ribeiro

7 comentários:

  1. belo e triste ao mesmo tempo! ela nunca teria imaginado que ele tinha morrido...ainda bem que tinha algo dele dentro dela...

    meu blog tem post novo, se quiser, passe la http://artegrotesca.blogspot.com

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  2. nossa, tragico demais... mas ao mesmo tempo lindo. pq sempre adiamos nossas vontades reais de libertação, de ficar em paz conosco, expressando nosso sentimento verdadeiro? a vida nao perdoa mesmo...

    http://terza-rima.blogspot.com/

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  3. que lindo... tragico, dolorido, amoroso, poetico, que conto. parabens

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  4. Belas escritas Laura, já estou te seguindo, fica o convite para seguir o goticus.

    Grande bjo e até breve !!!!!!!!!!!!!!

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  5. Trágico, mas de uma beleza incomensurável!
    O Amor é um sentimento além desta vida, portanto, quanto mais amarmos e nos doarmos, mais estaremos preparados para a nossa passagem!

    Que façamos em vida aquilo que o Amor realmente acredita emanar!

    Belíssimo texto! Emocionei-me!

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  6. obrigada pelo comentário em meu blog! O Corvo é um filme maravilhoso, um dos melhores que já vi!Amanhã entra post novo!Bjos

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