Ninguém ouviu seu silêncio

Olhei a Lua e ela estava chorando... E enquanto a via assim, brotaram em meu peito palavras que logo me puseram a escrever. Esses singelos versos que em mim surgiram, são partes do que já me esqueci de recordar. Porque mesmo que o choro não fosse meu, com a Luz me pus a chorar...

Ninguém ouviu seu silêncio

Ninguém ouviu seus lamentos ou suas súplicas

Ninguém ouviu seus soluços abafados pelo travesseiro

Ninguém pôde presenciar seu choro calado naquele tormento.

Ninguém ouviu seu silêncio gritando,

Só ouviram uma penosa música a sussurrar junto com o vento...

Ninguém viu quando sua última lágrima escorreu-lhe dos olhos

E secou naqueles já manchados lençóis...

Ninguém viu quando sua última lágrima escorreu-lhe pela alma

Manchando-lhe o orgulho,

Secando muito tempo depois.

Só puderam ver o travesseiro encharcado pela torrente d´água que daqueles olhos jorrou...

E enfim, ninguém viu quando seu coração bateu pela última vez

Ninguém viu quando seu pranto cessou,

Ninguém ouviu que o desesperado soluço se calou...

Só puderam ver um semblante vazio que um triste amor lhe plantou.

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E nada mais ali se ouviu

Nada mais ali se sentiu

Porque a alegria que outrora ali vivia

Pela última vez, sorriu.

E nada mais ela sentiu

Nada mais presenciou

Pois, quando seu amor partiu

Pra outro céu ela voou.

E agora sua alma já descansa

No jardim dos Anjos esquecidos

Hoje nada mais se lembra

Por ter desistido de manter qualquer lembrança.

Laura Ribeiro