"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

26 de março de 2011

O Coração da Fênix - Capítulo II

CAPÍTULO II 


Nunca me passara pela cabeça algum tipo de mistério “sobrenatural” desse tipo. E que por incrível coincidência teria algo a ver com o surgimento de uma nova espécie de pássaro. Enquanto estava indo para o local onde descobriram o animal, eu pensava se teria coragem de mostrar aquelas fotos para o reitor da faculdade onde estou me especializando em animais silvestres. Ele poderia me achar uma desequilibrada mental, e as pessoas do meu bairro iriam achar que eu estava possuída por algum tipo de demônio, o pessoal daquela pequena cidadezinha, era muito devoto e para qualquer coisa estranha que vissem achava que era arte do “Demo” – era assim que se dirigiam a ele. “Covil de Satã”, era como chamavam minha casa, apenas por ter ocorrido um assassinato e um suicídio no sótão... Daí surgiram relatos de que à noite aparecia uma criança toda de branco, com cabelos longos, lisos, negros, e um olhar vazio, solitário e frio. Ela ficava sempre olhando pela janela, com os olhos voltados para baixo, e ficava ali parada, com o olhar estático para o Carvalho. Quando cheguei na casa havia um balanço quebrado, disseram-me que era onde aquela pobre criança se balançava com a cabeça baixa e o olhar reto, da mesma forma que ficava na janela. Disseram-me que ela chorava e quando estava perto de amanhecer, entrava na casa e sumia, e logo após se jogava da janela.

Outra história sobre minha casa, é que toda sexta ouvem-se gritos e um estalo de tiro, e logo depois um barulho de vidro quebrado, e durante a noite toda uma pessoa de vestido preto toda ensangüentada fica caída por meio dos cacos de vidro e a janela mantém-se em estilhaços. No outro dia, a janela está perfeitamente bem, mas no chão sempre aparece uma mancha de sangue.
E a origem disso tudo foi uma vez, há muito tempo...

Antes de mim, vivia ali uma família composta de três pessoas, mãe, pai e uma filha. Segundo os antigos moradores, a garotinha era linda, seus olhinhos cor de ébano, sua pele branca e seus cabelos lisos e negros, sempre repartidos ao meio. Uma vez ela viu os pais discutirem e o pai espancou a mãe até a morte, logo depois ele se matou com um tiro na cabeça. Ela desde então, ficava repetindo em sua mente a cena, várias e várias vezes. Uma tia distante, veio cuidar dela, mas a odiava então sempre batia na pobre criança. Um belo dia Lisi (esse era seu nome), sentada em seu balanço no grande carvalho, reparou a fenda que havia em seu interior, então entrou lá e nunca mais saiu. A tia não reparou a sua falta por três dias, mas a vizinhança, reparando que Lisi não ficava mais no seu balanço como todos os dias, viram que a fenda estava completamente fechada e chamaram os bombeiros para abri-la mas não obtiveram sucesso. O carvalho não se deixava cortar, era como se estivesse protegendo algo ou alguém. A tia da menina ficou perturbada quando ao entrar no quarto da garota, viu que todas as bonecas dela haviam sido retalhadas e adquiriram a aparência de um boneco de Vodu, mas apenas uma a preferida da menina não estava na estante, havia desaparecido! A parede do quarto dela de rosa claro passou a ser toda manchada de negro, mas ninguém entendia o porquê...
Até que um belo dia a mulher percebeu um forte cheiro que vinha do sótão. Ela chamou toda vizinhança e eles foram até o local de onde parecia vir aquele forte cheiro de algo podre, ao chegarem lá, todos ficaram espantados ao verem o corpo da menina todo retalhado e sujo de sangue, no pescoço havia uma grande marca roxa, como se ela tivesse sido sugada por algo, e seus olhos tinham sido arrancados, mas não era apenas isso, ela estava com a boneca nas mãos e no lugar dos olhos de sua boneca estavam os olhos dela! Em suas mãos havia cortes de lâmina, como se ela houvesse forçado para marcar algo. Sua roupa que era branca, estava suja de barro e ensanguentada.
Desde esse dia, todos acreditam que a menina se mata pulando a janela, ou então ela fica apenas repassando os últimos instantes de sua vida.
Mas o que mais me intriga, é que quando mudei para cá, a fenda não existia, realmente estava lacrada. O papel da parede estava todo manchado de preto, havia rosas negras secas espalhadas por todos os lados da casa, como se fosse algum tipo de homenagem. Eu nunca ouvi nenhum barulho semelhante ao que diziam por aí, mas também não teria como, pois como estou tendo muito trabalho com essa nova pesquisa e da faculdade também, quando durmo meu sono é muito pesado. Então, não teria como ouvir absolutamente nada.
Tentei distrair meu pensamento que estava apenas voltado para esse boato que se encaixa perfeitamente em todos os relatos e tudo aquilo que vi na árvore. As mãos da menina estavam cortadas por uma lâmina, talvez tivesse sido ela que escreveu tudo aquilo, não em seu estado normal, somente em um estado de plena possessão, já que a garota não saberia escrever tudo aquilo tão bem, pois estava ainda em seu primeiro ano colegial, e depois do desastre em sua família, tinha abandonado os estudos. Então não teria como uma garotinha escrever tudo aquilo que nem mesmo eu consegui decifrar na primeira visão.
Mas também havia a história da mulher de preto que pulava da janela... O que teria ocorrido com ela? Contaram-me que era a tia da garota, que amargurada pela perda da sobrinha, entregara-se ao álcool, e com esse vicio atraíra demônios para si, que obrigaram-na a pular da janela. Entretanto tudo isto não me faz crer nos fatos estranhos, não explica nada, pois é tudo tão sem sentido. Logo eu, tão descrente em coisas do outro mundo, agora tendo de viver dentro de um dos contos de terror mais ridículos que já vi na vida mas que faz todo um sentido se analisado conforme os atuais acontecimentos.
O que mais pode me acontecer?



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O que acham que virá pela frente??
Vocês estão gostando gente? Não tive muito retorno, então não sei o que minha história está provocando por aqui...
Abraços,
Laura Ribeiro.

5 comentários:

  1. Adorei e estou muito curiosa para ler o resto da história amiga!
    continue escrevendo vc tem um lindo dom para isso.
    Eu escrevi dois contos que se chamar rosas vermelhas e Além da morte,mais não postei nos blogs dar um trabalho danado né...rsrsrs
    Bom me visita sempre e deixa comentarios pra mim tá,adoru tú!!!

    bjsss valeu pela visita.

    By:Lady lee

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  2. Estou acompanhando os capítulos, estão cada vez mais interessantes, é como se estivesse assistindo um filme. Não entendi a parte onde encontram a menina no sótão, não estava no carvalho? Para mim, ficou meio confuso, mas posso estar errada. A repetição da frase dos cortes em sua mão pela lamina, seria melhor apenas uma vez, como no ultimo parágrafo. Não sou especialista em contos, mas adorei tudo que escreveu, será de fato, um ótimo livro.

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  3. Srta Laura,

    Como sempre , estamos aqui peregrinando por essa estrada infinda , que nos possibilita enchergar diversos caminhos... Estão ótimos os capítulos, Toda teia romantica com um toque de ficção, traz a tona uma ótima e ansiosa história.

    Hábraços!


    Cordialmente,

    Giordano Bruno

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  4. Agradeço pela sua visita e resposta gentil ao comentário. ^ ^
    Sempre fico intrigada com mistérios, e pela ansiedade de compreender acabo me antecipando aos fatos, sou uma pessoa que cisma com o que lhe agrada e não consegue deixar a leitura de um livro pela metade. Espero o desenvolver atraente da história.

    Um beijo,
    Pamela.

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  5. Adorei...não, preciso dizer mais nada.
    Visita meu blog.
    bjs

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