"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

17 de dezembro de 2008

Negro ramo da dor..



Um negro ramo em mim brotou, seus espinhos cravaram em meu peito e ao menor sorriso que surgiu, a flor desabrochou. Era bela a simples flor, carregava dentro de si, vestígios de um novo amor... senti a chama voltar a arder, esta que há muito se apagara, mas reacendera-se ao surgir em mim, negros ramos em flor...
O mais puro néctar, entorpecendo-me de amor.

Mas uma lágrima rolou, e uma mera gota de sangue, a chama do sentimento quase apagou. Sobrando apenas, brasas que ainda ardem mas que perderam o calor e o brilho. O fogo, ofuscado e frio não mais alimenta o suposto amor, agora, reduzido a quase nada.
A flor secou e caiu levando consigo o começo de um sentimento sincero, e os espinhos do negro ramo não mais florido, cravaram tanto minha carne que chegaram a meu coração, pobre e infeliz, já tão machucado. E no aperto sufocante, a cada batida, uma gota de sangue caia com mais pesar.
A flor, tão perto de desabrochar enegreceu e suas pétalas agora, não são nada mais além de... lembranças. E então eu sei que, esgotou-se, aquilo que nem havia começado.
Mesmo a dor sendo forte, não derramo uma lágrima sequer, mesmo sabendo que errei ao pensar que a flor pudesse render frutos, mas pelo visto não estou preparada para amar novamente. A primeira flor em mim brotada, não morreu totalmente, nem sequer enegreceu... apenas seus espinhos se agarraram muito a fundo em meu coração e a dor permanece intacta. Já nem sei mais o que é sorrir, vivo em meio a jardins mortos, respiro a podridão de flores que tentaram sobreviver inutilmente, sendo que a única flor ainda viva aqui dentro é a do meu triste amor, que mesmo não correspondido é o único que me restou.
O único que permaneceu aceso em meu coração... não queria tê-lo aqui dentro, preferia que fosse apenas mais uma inútil flor morta em meu jardim, mas é a única viva e brilhante, porque a outra, creio que está enegrecendo a cada dia e tudo isso por uma simples lágrima derramada, por causa de simples palavras trocadas que mostraram tudo o que o brilho da bela flor ocultava, mas que ofuscado, me mostrou a verdade.
E isso foi o que mais me doeu, descobrir que tudo que enxerguei até agora, não passava de ilusões criadas pela maldita flor.. as lágrimas cessaram e a dor se alastrou, por causa dos espinhos a perfurarem meu coração...
Dos negros ramos não mais em flor.


Laura Ribeiro

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