Lápides.. choros.. súplicas

Se eu gritar bem alto até não suportar mais, será que melhora...
Essa angústia, esse aperto aqui dentro..?
Cada vez mais apertado, está me sufocando..

Não consigo respirar normalmente
Meu peito ofegante,
Minha voz, ainda consigo ouvi-la
Mas está se distanciando...
Luzes se apagam,
Sons se calam
Amores se vão
E nesse curto espaço de tempo em que minha vida esgota-se
Posso ouvir a tua voz
Suave.. a sussurrar em meu ouvido..
Não! Não acredito no que ouço,
Essas palavras que saem de sua boca não podem ser verdade
Estão me dizendo...
Adeus!
Eu não consigo absorver a idéia de que estou morta!
Mas porque ainda consigo ver e ouvir?
Teus lamentos..
Tuas súplicas..

Agora vejo você indo embora,
Não, não me deixe aqui sozinha
Não consigo aceitar a idéia de que parti tão repentinamente...

Mas agora sinto uma dor profunda
E começo a chorar..
De repente tudo escurece e vejo uma série de cenas embaralhadas
Não estão em ordem mas respondem a minha indagação..
Agora posso ver que, morri
Mas morri por uma causa que agora que relembro poderia ter feito tudo novamente
Aquele que lamentava a minha morte
Era o mesmo que um dia a desejou, e a obteve
Não por suas mãos mas por minhas próprias
E agora que viu meu corpo estático no caixão, arrependeu-se
De tudo que disse, de tudo que jogou ao abismo
Mas agora é tarde, já estou em outro mundo
Cometi o suicídio, por um alguém que não merecia
Mas por achar uma solução mais rápida para minhas dores,
Embora não ter sido o melhor caminho
Foi o único que em uma hora de desespero consegui enxergar.

Mas dói, dói muito saber que você nunca se importou comigo
Agora posso ver que minutos antes de minha morte
Estava se divertindo
E quando soube do acontecido, não teve reação
Nem sequer derramou uma lágrima em meu nome
Apenas disse que foi melhor pra mim.
E quando viu meu corpo, o desespero tomou conta de ti
Quando um leve sopro passou em seu rosto
E com aquela brisa, meu perfume
Mas logo vistes que eu não estava ao seu lado
Na verdade estava mas você não podia me ver..

Fico por aqui.. já que não existe solução
Fico na companhia da noite e da escuridão
E deixo meu sangue por aí.. espalhado no chão
Essa história não acaba por aqui

Muitas lágrimas ainda serão derramadas
Meu sofrer, não cessa aqui nesses rabiscos
Então deixo o final a seu critério

Enquanto pensa, vago pelo cemitério...

Laura Ribeiro